Diante de um futuro cada vez mais desafiador, formar indivíduos críticos, responsáveis e preparados para enfrentar novos problemas, se torna essencial.
Ana Francotti, artista visual, designer e co-criadora do projeto PIPE
A presença da publicação independente dentro da sala de aula, abre diversas oportunidades para colocar em prática habilidades socioemocionais e cognitivas de pensamento crítico, criatividade, relacionamento e tomada de decisões.
Uma feira de publicação independente é um evento que reúne editoras, artistas e coletivos que produzem e distribuem suas próprias publicações, materiais como zines, livros de artista, quadrinhos, cartazes e outras mídias em arte impressa.
A estrutura PIPE é uma iniciativa autônoma que elabora e produz uma feira de publicação como um projeto do próprio colégio. Através de ações e dinâmicas pontuais durante todo o ano, organizamos o evento junto com uma das turmas do ensino médio, envolvendo também professores e coordenação em um movimento que cria um espaço seguro para arriscar, debater, pensar diferente e experimentar. Tudo isso com o apoio da nossa equipe e em conjunto com a cultura do colégio.
O desenvolvimento de habilidades críticas como criatividade, autonomia, tomada de decisões e resoluções de problemas, são alguns dos principais pontos indicados como necessários para um futuro próximo.
O exercício da experimentação e execução, com a responsabilidade pelos resultados, traz o estudante como protagonista do processo, tendo o acompanhamento e mediação apenas como guia e facilitador.
Habilidades socioemocionais bem desenvolvidas são base de amadurecimento para lidar com as alegrias e frustrações, promovendo um aprendizado para a vida, amplo e significativo, conectado à realidade.
Numa alternativa ao excesso de telas, o processo de criação da publicação independente traz a vivência do trabalho manual e a descoberta de novas informações que são acessadas apenas através do fazer com as mãos.
No atual cenário tecnológico, onde há disseminação de informações e desinformações em alta velocidade, desenvolver novas habilidades cognitivas permite que os estudantes sejam não apenas consumidores, mas também questionadores e criadores de conhecimento.
Inúmeros estudos ao redor do mundo indicam que a educação deve priorizar o desenvolvimento de criatividades e pensamento crítico para que os estudantes saibam interagir com as novas tecnologias de forma produtiva e ética, transformando-se em protagonistas do aprendizado e da inovação.
Andreas Schleicher, Coordenador do Programa Internacional de Avaliação de Alunos da OCDE, no lançamento no Brasil do relatório “Social and Emotional Skills: Innovative tools for direct assessment”, 2024
No Future of Jobs Report 2025, relatório publicado anualmente pelo Fórum Econômico Mundial, a combinação de habilidades cognitivas e interpessoais, destacadas dentro das cinco principais, enfatiza a importância de olhar para a dinâmica do trabalho focando em agilidade, inovação e colaboração, onde tanto as habilidades de resolução de problemas quanto a criatividade são essenciais para o sucesso, seja no exercício de um trabalho executivo ou na criação de novos negócios.
A criatividade é a força motriz do novo, ela nos permite enxergar o que não existe, porém, sem pensamento crítico, a criatividade não tem direcionamento para solucionar problemas.
Para perseguir o objetivo de materializar um livro para compartilhar uma ideia, é necessário um exercício constante de resolução de problemas através da criatitividade.
Criar um objeto para expressar ideias a partir do que se acredita, é a motivação perfeita para pensar criticamente, além de ser estímulo para encarar um processo repleto de investigação sobre si mesmo.
O processo criativo envolvido na criação de uma publicação do início ao fim, é também um processo de descobertas importantes sobre compartilhar a sua expressão pessoal com o mundo.
Apesar de todos os conceitos aqui abordados serem amplamente conhecidos no campo da educação, o PIPE oferece uma estrutura inovadora que, a partir de uma atuação em ressonância com a proposta educativa do colégio, abre um espaço fora da sala de aula, onde é possível arriscar, pensar diferente e experimentar, contando com uma rede de segurança constante promovida pela equipe do projeto.
O resultado que o projeto promove passa exatamente pelo ganho da autonomia e da capacidade de acreditar em si mesmo e nas suas próprias habilidades. Quando algo é realizado a partir do que se acredita, o que se ganha vai muito além de um reforço positivo, se ganha poder pessoal genuíno.
4 encontros que trazem informações sobre como utilizar a publicação na sala de aula e conceitos sobre a experiência da aprendizagem mediada.
5 encontros pontuais que guiam os estudantes na jornada PIPE, desde conceitos básicos da publicação até a estrutura de organização da feira.
a realização da feira ao final do processo é uma oportunidade de trazer não só os familiares para o colégio como também parentes e amigos.
com ferramentas específicas do projeto e a ajuda de colaboradores do colégio, podemos avaliar o desenvolvimento integral dos estudantes, considerando as dimensões intelectuais, sociais, emocionais e criativas.
O aprendizado através do processo criativo é algo que faz parte de nossas trajetórias pessoais e atividade profissional. Com atuação em campos distintos mas sempre ligados a educação, pudemos participar ativamente de inúmeros processos de transformação pessoal através de experiências que consideram as artes e a criatividade como ferramentas potentes de aprendizado.
Acreditamos que as mudanças tecnológicas e sociais que estamos encarando precisam de uma resposta a sua altura. Formar indivíduos críticos, responsáveis e preparados para enfrentar novos problemas de maneira colaborativa e inovadora é o que vai contribuir para nos fortalecer como sociedade e nos capacitar para enfrentarmos os desafios que certamente não irão parar de nos surpreender.
Artista visual e mentora de processo criativo como expressão pessoal. Produz livros desde 2012 e estuda o fazer artístico como ferramenta de investigação da personalidade com o objetivo de realização pessoal, trazendo um aumento da qualidade da nossa relação com o mundo. Criou e produziu as seis edições da feira de publicação Maru99, que é a origem do projeto PIPE. É idealizadora e produtora do curso de livro de artista Dobras de Si, e do curso de publicação independente Publicar.se, criadora do Calendário de Feiras de Publicação e seu trabalho pode ser consumido no projeto Singularidades, um ecossistema de produtos e experiências que oferece ferramentas para a realização de trabalhos autorais em diversas áreas. Atua no mercado corporativo como palestrante e orientadora de equipes em corporações.
Apaixonada por educação, neurociências e artes, acredita, assim como Paulo Freire, que um mundo mais igualitário e justo pode ser construído a partir da educação. De 2003 a 2005 atuou como professora em cursos profissionalizantes, de especialização e de pós-graduação na área farmacêutica e desde 2006 se dedica à educação básica, pois entende que nesta fase é quando as bases socioemocionais e o pensamento crítico devem ser fortalecidos e desenvolvidos. Possui formação de mediadora de PEI Básico e PEI I da teoria de Modificabilidade Cognitiva Estrutural de Reuven Feuerstein e colaborou na criação e produção das seis edições da Feira de Publicação Independente Maru99.
Sou artista visual e arte educadora. Através das oficinas de artes, para todas as idades e para a formação continuada de educadores, sigo aprendendo e multiplicando a fruição que a vida contemporânea afasta cada vez mais. Por meio de uma educação decolonial, abordo assuntos ligados a realidade da comunidade que estou inserida como educadora. A educomunicação é um dos meus pilares e acredito que o aprender é para sempre. Como artista visual, minha produção tem raiz nas questões sociais que me incomodam utilizando de diversos suportes e linguagens. O humor se faz presente na grande maioria dos meus trabalhos, assim como referências a arte urbana e comunitária.
Zineiro, jornalista, ilustrador, pesquisador, oficineiro e educador. Atualmente é educador do programa Curumim do Sesc SP. Criador do personagem Encostinho. Nos anos 1990 editou diversos zines e colaborou com muitos outros no Brasil e no exterior. A partir de 2005 passou a coordenar diversas oficinas para crianças, adolescentes, jovens, educadores e público em geral, em escolas, universidades, bibliotecas e centros culturais. Entre 2011 lançou a série de documentários Fanzineiros do Século Passado, que já foi exibido em todo o Brasil e também em outros países. Em 2015 lançou seu primeiro livro O Universo Paralelo dos Zines, resultado de oito anos de pesquisa. É autor e colaborador de diversos livros e zines. Lançou em 2022 o livro Na Linha de Frente, sobre sua experiência com oficinas e cursos de zines.
Em 2016, a partir da pergunta dos estudantes “Como faz para ser escritor?”, surgiu a ideia de levar uma feira de publicação independente para dentro do colégio Marupiara. Por que não reunir vários artistas que se auto publicam para responder a esse questionamento?
Após algumas reuniões com a coordenação, direção e professores para definir o melhor formato, iniciamos o planejamento da primeira edição para o segundo semestre. Decidimos que seria um evento aberto ao público e que a curadoria da feira seria pautada numa diversidade ampla: diferentes trabalhos, diferentes idades, diferentes realidades, diferentes origens. Nosso objetivo era favorecer a aproximação e estimular a troca de experiências da forma mais simples que conhecemos: no olhar e na conversa sincera, sem julgamentos ou compromissos. O ambiente preparado para tal resultou em experiências enriquecedoras entre todos os participantes.
Por fatores diversos, elegemos o 2º ano do Ensino Médio como a turma principal para nos acompanhar de perto nas intervenções e atividades da Maru99 e, nos anos seguintes, fomos aprimorando o trabalho e envolvendo cada vez mais os alunos na tomada de decisões e na organização ativa do evento. Tudo isso nos aprimorou, chegando ao refinamento de nosso método.
O projeto PIPE agradece imensamente a Diretora Marie Yamasaki, o Coordenador Pedagógico Ronaldo Barreto, os professores Julia Higashi e Mário Pérez, e a colaboradora Paula Akimi, que trouxeram e mantiveram a feira no Colégio Marupiara até 2023 e o Diretor Leonardo Sacramento em 2024, por acreditarem na proposta e permitirem a evolução do projeto.
21 de setembro de 2024
57 expositores, sendo 47 selecionados a partir de convocatória pública e 10 convidados.
Programação: Visita Guiada, Oficina de Lambe Lambe e Apresentação de trabalhos do 7º ano, durante a feira. Oficinas de desenho e origami para os alunos do terceiro, quinto, sexto, sétimo e nono ano, oferecidas pela turma do 2º ano. Visita dos estudantes à casa de livros Lovely House, São Paulo.
23 de setembro de 2023
59 expositores, sendo 45 selecionados a partir de convocatória pública e 14 convidados.
Programação: Visita Guiada, Performance Teatral do 7º ano em homenagem ao escritor Caio Zero, Ação Retrato Cego, Painel O que é arte pra você?, Apresentação de Zines desenvolvidos pelos estudantes sob a orientação de Ana Francotti. Visita dos estudantes à casa de livros Lovely House e ao IMS, São Paulo, e aula/oficina do publicador Márcio SNO para todas as turmas do 2º e 3º ano do ensino médio.
3 de setembro de 2022
39 expositores, sendo 25 selecionados a partir de convocatória pública e 14 convidados (número reduzido por conta da Covid-19).
Programação: Visita Guiada, Ação Retrato Cego, Painel O que é arte pra você?, Mesa de Troca de Figurinhas, Visita dos estudantes à casa de livros Lovely House e ao IMS, São Paulo, e bate-papo online com 5 expositores.
24 de agosto de 2019
62 expositores, sendo 44 selecionados a partir de convocatória pública e 18 convidados.
Programação: Visita Guiada, Oficina de Aquarela, Ação de Xilogravura, Correio Elegante Empoderado, Painel O que é arte pra você?. Oficinas de Cartazes para os alunos do 6º e 7º ano, oferecidas pela turma do 2º ano.
28 de outubro de 2017
64 expositores, sendo 50 selecionados a partir de convocatória pública e 14 convidados.
Programação: Visita Guiada, Oficinas abertas de Carimbo, Serigrafia e Encadernação com expositores da feira. Ação Retrato Cego, Ação de Poesia oferecida por um estudante do 8º ano. Apresentação de Zines desenvolvidos pelos estudantes. Show de Música com artista convidada e alunas.
19 de novembro de 2016
63 expositores, sendo 49 selecionados a partir de convocatória pública e 14 convidados.
Programação: Música e poesia com o Sarau do Vale (ZL), Roda de Conversa com artistas e expositores de várias regiões de São Paulo, Graffiti Live Painting com ex-aluno do colégio.
Estamos disponíveis para contato, através dos canais abaixo, afim de esclarecer dúvidas e ouvir as necessidades do colégio, para entender como o projeto pode colaborar.
Se você é mãe ou pai de aluno e gostou de nossa proposta, envie nosso contato para o colégio de seus filhos.
Tem interesse em levar para seu colégio uma oficina ou palestra sobre o tema? Entre em contato pelos canais abaixo e conheça as possibilidades de oficinas curtas para estudantes e palestras para professores.
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